Polícia desarticula esquema de ‘delivery’ de cocaína que atuava em bairros da Zona Norte do Recife

 Delivery de cocaína: polícia desarticula quadrilha que usava motoristas de aplicativo no Grande Recife

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Na quarta-feira, 26 de novembro de 2025, a Polícia Civil de Pernambuco comunicou a deflagração da operação batizada de Operação Cartas Negras, que resultou na prisão de pelo menos dois homens — entre eles um ex-militar — e no cumprimento de mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha especializada no tráfico de cocaína no município do Recife. (liberdadefmfe.com)

Esquema de atuação

Segundo as investigações, o grupo recorria a motoristas de aplicativo e, em seguida, motociclistas particulares para realizar entregas de cocaína na região da zona norte de Recife e municípios limítrofes. (liberdadefmfe.com) As doses eram embaladas em saquinhos com zíper, acondicionados em envelopes pretos com o símbolo do filme V de Vingança — o que funcionava como “marca” da organização. (liberdadefmfe.com)

Cada unidade tinha cerca de 1 grama e era vendida por valores entre R$ 50 e R$ 70, além da taxa de entrega. (liberdadefmfe.com) O esquema visava atender principalmente áreas de maior poder aquisitivo na cidade, como bairros da zona norte (Casa Forte, Espinheiro, Jaqueira, Encruzilhada, Campo Grande, Rosarinho). (liberdadefmfe.com)

Dinâmica da investigação

A investigação da Polícia Civil teve início em junho de 2024, após a prisão de um integrante com carro clonado e 50 envelopes pretos com o selo “V de Vingança”. (liberdadefmfe.com) Foram cumpridos 4 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão, com foco em bairros como Arruda, Água Fria, Tamarineira (Zona Norte do Recife) e também em Abreu e Lima (Grande Recife). (liberdadefmfe.com)

O ex-policial militar, já preso desde 11 de novembro por envolvimento com o tráfico, é apontado como chefe da organização. Durante abordagem, ele trocou tiros com policiais civis e tentou fugir — um policial civil ficou ferido no braço. (liberdadefmfe.com)

Na casa dele foram apreendidos relógios, óculos, anabolizantes, computadores, celulares e um pingente com o símbolo do personagem “V”. (liberdadefmfe.com)

Implicações e desafios

A operação evidencia uma nova modalidade de tráfico urbano: a utilização de plataformas digitais/entregas e motoristas “ativos” ou entregadores que assumem a distribuição, o que dificulta o rastreamento e favorece a inserção da droga em locais antes menos mapeados.

Além disso, o uso de símbolos de cultura pop como marca de organização criminosa demonstra estratégia de “branding” para fidelizar clientela ou marcar território, o que exige adaptação das investigações.

Outro ponto relevante é a seleção de áreas específicas com maior poder aquisitivo, que mostra como o tráfico qualifica seus esquemas para mercados mais lucrativos — evidenciando que não se limita apenas às periferias, mas explora “nichos” sofisticados.

Aqui estão alguns dos principais trechos da investigação e dos mandados da Operação Cartas Negras — com os elementos que já são públicos — para ajudar no seu trabalho de pesquisa:

1. Início e autorização judicial

  • A investigação da Polícia Civil de Pernambuco teve início em junho de 2024. (Diario de Pernambuco)

  • Os mandados (prisão e busca/apreensão) foram expedidos pela 6ª Vara Criminal da Capital, no Recife. (Francês News)

  • O número de mandados: 4 mandados de prisão + 4 mandados de busca e apreensão domiciliar. (Tribuna Online)

  • Áreas-alvo: bairros da Zona Norte do Recife (Arruda, Água Fria, Tamarineira) e também no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. (liberdadefmfe.com)

2. Perfil da quadrilha investigada

  • O grupo é identificado como organizado, atuando com os crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. (Tribuna Online)

  • Um dos presos é um ex-policial militar, apontado como chefe da organização. (liberdadefmfe.com)

  • O modus operandi: venda de cocaína via “delivery” — uso de motoristas de aplicativo e motociclistas para entrega da droga. (liberdadefmfe.com)

  • Embalagem/“marca” da droga: envelopes pretos com símbolo do filme V de Vingança (“V”) usados para embalar doses de aproximadamente 1 g. (liberdadefmfe.com)

  • Público-alvo/áreas de distribuição: bairros de maior poder aquisitivo da Zona Norte do Recife (Casa Forte, Espinheiro, Jaqueira, Encruzilhada, Campo Grande, Rosarinho). (liberdadefmfe.com)

3. Detalhes dos mandados e cumprimento

  • A operação mobilizou cerca de 40 policiais, entre delegados, agentes e escrivães. (Francês News)

  • Segundo a polícia, dos quatro mandados de prisão, dois foram cumpridos até o momento da reportagem. (liberdadefmfe.com)

  • Durante cumprimento de um dos mandados, no bairro do Arruda, o ex-PM apreendido trocou tiros com policiais civis e um policial ficou ferido no braço. (liberdadefmfe.com)

  • Apreensões registradas: relógios, óculos, anabolizantes, computadores, celulares e um pingente com o símbolo “V”. (liberdadefmfe.com)

4. Aspectos importantes para o trabalho

  • A concessão dos mandados pela 6ª Vara Criminal da Capital mostra o interesse do Judiciário em dar resposta rápida ao esquema.

  • A ligação entre tráfico de drogas e lavagem de dinheiro amplia a tipificação penal: além de tráfico, há organização criminosa e lavagem.

  • O fato de usar motoristas de aplicativo revela adaptação do crime aos novos meios de entrega/ logística urbana — bom exemplo para discutir modalidades de atuação de organizações criminosas.

  • A escolha de áreas mais centrais/valorizadas para distribuição evidencia que o tráfico não está restrito a periferia: permite discutir mercado consumidor e “nichos” de tráfico.

  • A “marca” visual (símbolo do filme) pode ser interessante para refletir sobre a “branding” ou identificação de facções/operadores, tema relevante em estudos criminais.


Conclusão

A “Operação Cartas Negras” representa um golpe relevante contra o tráfico organizado no Recife, mas também por levantar indagações sobre como o crime se adapta a tecnologias, à economia de entregas e ao perfil de consumo urbano. O desafio agora é monitorar os foragidos, aprofundar as investigações sobre as ramificações e evitar que novas “entregas” de entorpecentes se naturalizem como serviços comuns no dia a dia.


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